segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Lápis cor de pêssego ou cor de pele?
Essa semana eu e meu
filho estávamos pintando um desenho quando ele me pediu pra que eu alcançasse o
lápis cor de pêssego pra ele. Peguei
o lápis na mão, mostrei pra ele e perguntei: é esse aqui cor de pele que tú
queres?
Ele me fita os olhos e me
larga essa: mãe, não existe lápis cor de pele, o nome certo é cor de
pêssego, tu ainda não percebeu que cada pessoa tem uma cor de pele? Olha aqui,
a minha cor é diferente da tua, que é diferente da cor do pai, que é diferente
da cor da mana. Lá na minha escola, cada amigo meu tem uma cor de pele
diferente. Tem cor de pele clarinha, mais amarelinha, mais marronzinha, tem até
cor de pele que é quase branca. Então, tú nunca mais chama essa cor, de cor de
pele, o nome certo dessa cor é cor de pêssego, entendeu?
Fiquei olhando
atentamente pra ele com aquele lápis na mão e me sentindo uma idiota, diga-se
de passagem, que prontamente concordei com toda aquela explicação, lógica,
centrada e muito convincente, sem falar em tamanha segurança que ele me passava
ao me explicar a simples cor do lápis.
Eu que cresci numa época
em que o lápis cor de pêssego era chamado de cor de pele, nunca fui capaz de
questionar a respeito, que vergonha! Mais uma vez eu digo: como eu aprendo com
meus filhos e como a maternidade me transforma!
Fiquei feliz demais em presenciar
essa cena e meu coração se encheu de esperança, pois talvez, a simples mudança
de nome, da cor de um lápis, seja um indicativo de que estamos caminhando para
um mundo menos preconceituoso.
O que
nos define não é e, nunca foi a cor da nossa pele, mas o tamanho do nosso
coração!
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Imagem Google |
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