quarta-feira, 12 de outubro de 2011
INFÂNCIA...
Pensando nas férias
escolares que estão quase chegando, comecei a pensar em algumas coisas para
fazer com meus pequenos e automaticamente lembranças me vieram à mente.
Quando eu era
criança, eu não tinha acesso a aparelhos eletrônicos e nem sei dizer ao certo,
quais deles já existiam, eu sou a época da máquina de escrever, das aulas de
datilografia e artesanato na escola. Eu sou da época das brincadeiras de esconde-esconde,
pega-pega, taco, quer esse. Eu sou da época em que existiam árvores frutíferas
à vontade nas casas de todos os meus amigos e a gente subia e descia delas
todos os dias, andava de bicicleta e patins à noite, pulava corda e amarelinha,
andava pelas ruas apertando as campainhas, desenhava com graveto no chão, fazia
buricas para jogar bolinhas de gude com os meninos e só voltava pra casa quando
escurecia ou quando ouvia meu pai assoviando.
Brincava com meus
amigos descalços, tomava água da mangueira, pisava em poças d’água parada
depois da chuva, caçava girino, grilo, borboletas e joaninhas. Fazia
cozinhadinho, brincava de bonecas, escolinha e tomava banho de chuva.
Ouvia o coaxar dos
sapos, sentia o perfume das rosas, porque minha mãe adorava plantar roseiras,
comia goiaba direto do pé e nem ligava se tinha coró, adorava ir para a escola
encontrar os amigos, comprar pastel de banana e tomar laranjinha na hora do
recreio. Adorava o bolo de laranja que minha mãe fazia, o pão caseiro quentinho
saindo do forno, a cuca de uvas que só ela faz, os sonhos. Que infância maravilhosa que eu tive, que
memórias carrego comigo!
Olhando para as
crianças de hoje e, consequentemente para os meus filhos, fico a pensar se elas
sentirão saudades da sua infância e se carregarão dentro delas, memórias tão
marcantes e cheias de significado. Sei que nenhuma tecnologia, por mais moderna
que seja, é capaz de substituir as incríveis sensações que sentimos quando
olhamos, cheiramos, tocamos, ouvimos e experimentamos as coisas da vida real. Por
isso, tento trazer até eles as coisas simples, importantes e significativas.
Quero que um dia meus
filhos lembrem-se do cheiro das flores, do gosto das frutas colhidas no pé, das
verduras fresquinhas que plantamos na horta,
das brincadeiras feitas em casa, dos filmes que assistimos, dos bolos
que fizemos e confeitamos.
Quero que se lembrem
dos passeios em família, dos bichos esquisitos que encontramos pelo caminho, de
todas as vezes que saímos para andar de bicicleta, para fazer trilhas, para ir
ao parquinho.
Quero se lembrem de
todos os bichinhos de estimação que tivemos, das vezes que soltamos pipa, de
quando corremos e rolamos na grama, dos
jogos de futebol e tabuleiro.
Quero se lembrem dos
piqueniques que fazíamos, dos brigadeiros comidos de colher, das bacias de
pipocas, das cocadas, dos bolos de chocolate.
Quero que se lembrem
das brincadeiras na beira da praia, do cheiro do mar, da areia no corpo. Quero que se lembrem dos banhos de rio, dos
banhos de piscina e dos banhos de mangueira.
Como eu quero que
eles se lembrem das risadas sinceras, das experiências inusitadas e do amor
verdadeiro. Espero que as maiores lembranças que meus filhos tenham, sejam das coisas mais simples, intensas e
verdadeiras que vivemos.
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